Quando
Gabriel García Márquez idealizou o cenário de Macondo em seu romance “Cem anos
de solidão”, ele certamente não tinha em mente a Ilha de Marajó, a oeste da foz
do Rio Amazonas, às margens do Rio Pará e do Atlântico.
Mas, bem que poderia:
em Soure, estranhos convivem como velhos amigos, fazendo com que os turistas se
sintam imediatamente acolhidos neste pacato vilarejo margeado pelas águas
salobras do Rio Paracauari.
A ilha do Marajó é uma ilha brasileira do estado do Pará, localizada na foz do rio Amazonas no arquipélago do Marajó.
Com uma área de aproximadamente 40100 km², é a maior ilha do Brasil e também a maior ilha fluviomarinha do mundo. A cidade de Belém situa-se a sudeste do canal que separa a ilha do continente. A maior ilha fluvial é a Ilha do Bananal.
Destaca-se pelos montes artificiais, nomeados tesos, construídos ainda em seu passado pré-colombiano pelos índios locais. A ilha era chamada de Marinatambal pelos indígenas (confirmado por Sir Walter Raleigh no século XVI), já em tempos coloniais foi denominada como Ilha Grande de Joannes.
Outro destaque da ilha, é o lugar de maior rebanho de búfalos do Brasil, cerca de 600 mil cabeças.
Um lugar de incríveis surpresas
Habitat de grande variedade de peixes e pássaros, o arquipélago oferece muitas atividades em meio à natureza, realizadas nas fazendas.
Entre elas estão a observação de guarás - ave típica de penas vermelhas, pesca, a focagem de jacarés e passeios de barco pelos igarapés. Os fãs dos esportes de aventura também se divertem na área com a prática de caminhadas na selva, "rafting" e ciclismo pelas praias.
As surpresas se fazem presentes também na gastronomia, que tem a carne de búfalo como destaque principal.
Entre os pratos mais apreciados, destaca-se o Filé Marajoara, servido com mussarela de búfala derretida; há também o Frito do Vaqueiro, que traz fraldinha ou minguinha (carne da costela), sem esquecer os cozidos e acompanhados de pirão de leite.
Enfim há uma variedade que também merece destaques, como o caldo de turu, um molusco típico do mangue; e as suculentas peixadas. Para a sobremesa, aposte nos sorvetes de frutas exóticas como uxi, bacuri, taperebá e cajarana.
Os encantos da região se refletem também na cultura. Uma das heranças mais ricas deixadas pelos índios marajoaras é a bela arte da cerâmica estilizada. Para apreciar os trabalhos, siga para o Museu do Marajó, localizado na modesta Cachoeira do Arari, uma cidadezinha escondida no meio da mata.
Construído numa antiga fábrica de óleos, o espaço tem um rico acervo que guarda desde vasos, jarros e utensílios de cozinha à urnas funerárias. Quando o assunto é dança, o carimbó e o lundu surgem absolutos. Autênticos da região, os passos foram inspirados em manifestações de origem africana e indígena.
A ilha de Marajó é um destes locais. Único, exuberante, cheio de vida, com paisagens incomparáveis e praias de areia branca. Porém, não é muito conhecido.
Antes de viajar, escolha bem a época, já que calor e chuvas são características comuns do Pará se intercalam no calendário.
No primeiro semestre chove quase todos os dias, alagando campos e florestas e impedindo algumas travessias. A vantagem é que a temperatura fica mais amena.
No resto do ano, no período de seca, os termômetros batem facilmente os 40 graus. O consolo é que a água já baixou e fica mais fácil circular pela região. No mês de julho, agradável e concorrido, os turistas lotam a orla da praia do Pesqueiro.
Um lugar exuberante que pertence ao ESTADO DO PARÁ
Praias desertas de água salobra, igarapés e búfalos por toda a parte. Não seria exagero dizer que a Ilha de Marajó oferece um turismo exótico dentro do Brasil, seja por conta de sua natureza de ilha fluviomarinha ou pelo seu passado de civilização pré-colombiana.
Aproveite para conhecer réplicas de cerâmica dos marajoaras, povo que habitou a ilha há 3 mil anos, e assistir a apresentações de danças tradicionais. Das 12 cidades da ilha, Soure e Salvaterra têm a melhor estrutura turística e acesso mais fácil a partir da capital.
A maior ilha fluviomarinha do mundo possui 16 municípios. Localiza-se a oeste da foz do rio Amazonas e a leste da Baía do Guajará. Fica a três horas de barco de Belém. A dificuldade de se trafegar por estradas numa região repleta de igarapés e rios faz com que poucos municípios consigam se integrar por estradas.
Distante
70 km quilômetros de Soure, fica Cachoeira do Arari. A importância do local
está na preservação do passado da ilha: aí está o Museu Histórico do Marajó,
que possui peças arqueológicas encontradas pelo padre italiano Giovanni Gallo,
criador da instituição. É ali também que está a maioria dos tejos.
O
artesanato, as comidas e a cultura refletem um pouco o costume do pião local,
que habita as grandes fazendas da região. Comidas como o Frito do Vaqueiro e o
Filé à Marajoara levam a carne do animal, que tem menos colesterol do que a
bovina. O artesanato de couro também é bastante forte na região.
Ilha de
Marajó
Por Thymonthy Becker
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