Em qualquer parte do mundo onde estivermos, sempre vamos encontrar terminações de nomes praticamente idênticas, e a Copa do Mundo é uma ótima referência, pois temos tudo ali ao mesmo tempo, por exemplo: "son", "ic" e muito mais; então vamos tentar entender alguns nomes e suas origens.
E o futebol tem nos ofertado nomes curiosos, que são estranhos para nós de origem latina, dessa forma, olhando atentamente as escalações, se vê onze nomes por vez com muitas semelhanças. Halldórsson, Sigurdsson, Gudmundsson, Gunnarsson, Finnbogason. Outro dia chegam Mitrovic, Ivanovic, Matic, Tadic. Em outro campo jogam Smolov, Cheryshev, Samedov. Afinal, o que isso significa?
A Islândia detém um sistema quase integralmente patronímico - ou seja, um sistema no qual o sobrenome é dado pelo nome do pai. Sabe quando você é criança e se referem a você como "o João filho do José"? Lá é assim para sempre. Aron Gunnarsson, meio campista da seleção, é filho de Gunnar. Gylfi Sigurdsson, craque da camisa 10 é filho de Sigurd. Ragnar Sigurdsson, zagueiro, também tem um pai Sigurd. Apesar do mesmo nome na camiseta, nenhum parentesco é indicado por conta disso (apesar de todos serem "quase primos" em um país de 330 mil habitantes).
Basicamente, na Islândia não existem sobrenomes. Você é conhecido por seu nome e por ser filho de quem é. Se Hannes Pór Halldórsson, goleiro e cineasta islandês tiver um filho, seu nome será, por exemplo, Jóhann Hannesson, ou Jóhann filho de Hannes. Agora, se tiver uma filha, seu nome será, por exemplo, Anna Hannesdóttir, ou Anna filha de Hannes. Son para homem, dóttir para mulher, cognátos de son e daughter, do inglês.
Nos países das antiga Iugoslávia, o sistema patronímico já foi uma realidade. Luka Modric, meia croata, significaria Luka "pequeno Modar", uma espécie de Modar Jr ou Modar Filho, abrasileirando. O “ic” é dono de tal função por lá. Entretanto, o pai de Luka na verdade se chama Stipe. A explicação é de que o sistema patronímico não é mais vigente por lá, e, em certo momento, cada família "congelou" seu sobrenome. Ou seja, o pai de Modric não se chama Modar, mas, subindo sua árvore genealógica, alguém se chama.
No dicionário ibérico a desinência patronímica já foi algo comum, com o final "ez" em Portugal e o "es" na Espanha. Tomando Portugal como base, Antunes, algum dia, foi o filho de Antônio. Rodrigues o filho de Rodrigo. Nunes o filho de Nuno. E assim por diante. Os anfitriões russos uma vez também baseavam seus sobrenomes no nome do pai. Os sobrenomes masculinos acabavam em “ev” ou “ov”; os femininos em “ova” ou “eva”. Maria Sharapova, tenista, pertence à família que já teve Scharap. Smolov, atacante da seleção que joga essa Copa do Mundo, à família que já "foi" de Smol.
Somente um dos 23 convocados de Heimir Hallgrímsson - filho de Hallgrím e técnico da seleção da Islândia – foge do padrão. Frederik Schram, goleiro reserva do selecionado islandês, não é “Schramsson”. A explicação? Naturalizado, ele nasceu na Dragør, na Dinamarca e tudo seguindo certo na terra do gelo.
Fonte: MSN
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