Era um dia de
primavera e Paulo estava regressando de uma de suas viagens, dirigindo o seu
carro, e admirando aquelas árvores todas floridas, e sentindo o aroma
daquelas flores, sentiu uma felicidade imensa em poder observar tudo aquilo.
Começou a analisar
a sua vida; nasceu praticamente órfão de pai, pois seu pai faleceu de um
ataque cardíaco, quando ele tinha três meses de vida. Deixando sua mãe numa
tristeza imensa e com a incumbência de criar ele e sua irmã, que estava com
cinco anos.
A vida de sua mãe,
não foi nada fácil pois a pensão, de sua mãe, deixada pelo seu pai era
irrisória, por isso teve que voltar a trabalhar, lavava roupa e passava para
diversas famílias, e com isso foi sustentado e educando os seus filhos, sua mãe
amava muito o seu pai, e quando de sua passagem, ficou numa tristeza imensa,
quase que também, desencarnou, mas reagiu, teria que enfrentar, aquela
situação, havia duas crianças que dependiam dela, e com esse pensamento,
superou as suas mágoas.
Criou e educou os
seus filhos, e depois ficou por conta deles, já estava trabalhando e passaram a
ajudar em casa, e a sua situação melhorou, já não havia necessidade de lavar
roupa para fora, agora só lavava as suas roupas.
Mas como a
felicidade no mundo terra é relativa, sua filha deu um mal passo e engravidou,
e não se casou. O pai da criança era casado e não quis assumir nada, sua mãe
ficou revoltada com isso, e resolveu procurá-lo para lhe dizer umas verdades
(que era um canalha) e não quis nada dele, se propôs em ajudar a sua filha,
dizendo: vamos criar essa criança, com amor, ela não pediu pra nascer.
Aconteceu que sua
filha, casou-se e foi morar em outro estado, pouco se importando com aquele
filho, deixando-o aos cuidados de sua mãe e irmão.
Paulo, sentia pelo
menino uma certa simpatia, e o mesmo também, era recíproco aquele sentimento,
ajudou na educação dele, era como se ele fosse o seu próprio filho.
Foi passando o
tempo, e Paulo continuava solteiro, não havia encontrado uma pessoa que lhe
despertasse interesse, o curioso é que sentia por sua mãe, uma certa idolatria,
se sentia muito bem em estar ao seu lado, e de seu sobrinho também parecia que
os dois o completavam, às vezes ficava intrigado com esse sentimento, mas logo
se dissipava, e pensava como é bom saber que tenho duas pessoas que me ama.
Paulo gostava muito
de frequentar boates, era a sua diversão, sabia que estava errado em frequentar
aquele antro, era como se não tivesse escolha, às vezes pensava, preciso mudar
a minha vida, ter um lar conjugal, só que não encontrava a pessoa certa, as que
conhecia era igual a ele com os mesmos vícios, às vezes se sentia enojado (o
que estava faltando para o Paulo era o lado espiritual, era muito materialista,
tinha um bom emprego, e ganhava muito bem, achava que o dinheiro comprava tudo,
só que não estava comprando aquela paz, que ele queria ter).
E continuou com
essa vida, sua mãe era evangélica, e dizia a ele, se entrega a Jesus, só assim
terás a paz que deseja, só que Paulo estava procurando algo mais, não sabia o
que era, completamente desiludido com religiões acredita que existia uma força
maior no universo.
Num dia chuvoso,
Paulo voltava de uma de suas noitadas, e ao passar por uma estrada com curvas e
barrancos, avistou uma mulher, fazendo sinal, que parasse, ficou receoso,
pensou não parar, mas ao mesmo tempo, achou que devia parar, parou abriu a
porta do carro e perguntou: o que aconteceu?
A mesma respondeu, me dá uma carona, sem Paulo responder que sim, foi entrando e sentou-se ao seu lado. Paulo pôs o carro em movimento e perguntou para onde você vai?
– Eu já vou descer, havia passado alguns metros e ela resolveu descer, foi ai que Paulo prestou atenção no seu rosto, fechou a porta do carro e continuou a viagem, ficou pensativo e intrigado, o que aquela mulher estava fazendo naquela estrada sozinha, com toda aquela chuva, mas logo pensou não tenho nada com isso.
A mesma respondeu, me dá uma carona, sem Paulo responder que sim, foi entrando e sentou-se ao seu lado. Paulo pôs o carro em movimento e perguntou para onde você vai?
– Eu já vou descer, havia passado alguns metros e ela resolveu descer, foi ai que Paulo prestou atenção no seu rosto, fechou a porta do carro e continuou a viagem, ficou pensativo e intrigado, o que aquela mulher estava fazendo naquela estrada sozinha, com toda aquela chuva, mas logo pensou não tenho nada com isso.
Chegando em sua
casa já amanhecendo, tomou um banho, o seu café e se jogou na cama e dormiu
como uma pedra (nunca havia mergulhado num sono tão profundo).
Ao despertar horas
depois, ligou a televisão para assistir os jornais do horário: o repórter
estava noticiando o desaparecimento de uma jovem, com as características
daquela mulher que ele havia dado carona, reconheceu a mesma que lhe pediu
carona, através do retrato exibido, nem pestaneou, ligou para a polícia,
informado, que havia dado carona a essa mesma mulher, em determinado trecho da
estrada tal, e que ela havia descido antes do término da estrada: agradeceram a
informação.
Horas mais, veio a
saber, pela imprensa, que essa mulher, havia desencarnado, vítima de acidente
de carro, o seu carro havia caído num daqueles barrancos.
O seu estudo
espiritualista o levou a crer que o seu sobrinho, na encarnação passada, teria sido
o seu pai, por isso essa afeição que sentia um pelo outro, sua mãe havia sido
sua esposa na encarnação passada, por isso esse sentimento que sentia por ela,
querendo sempre estar ao seu lado.
Começou a entender
esses acontecimentos através de regressões espiritualistas que fez, e com essa
terapia se libertou.
desdobramento fenômeno natural |
Sua mãe por ser
evangélica, jamais aceitaria essa explicação, por não acreditar em
reencarnações; guardaria consigo esse conhecimento, pensou consigo, temos que
respeitar a filosofia de todos os seres humanos do planeta terra.
Sua mãe estava
sempre falando: Paulo, você precisa ter a sua família.
O seu sobrinho
havia se formado de engenheiro, e estava prestes a se casar, ele e sua mãe se
sentiam felizes por isso. Sua mãe promovia algumas vezes cultos, em sua casa,
Paulo achava até engraçado, no bom sentido, eles cantavam cantos evangélicos, e
expulsavam forças malignas sem nenhum preparo espiritual. Paulo sabia que não
era bem assim, mas não se envolvia, ficava deitado no seu quarto, lendo ou
assistindo TV.
Paulo e Letícia,
depois desse dia começaram a ter um relacionamento, e os dois se afeiçoaram
um com o outro, mas existia um problema, Paulo era espiritualista e
ela evangélica, talvez isso fosse um problema na relação deles.
Pensou bem, e expôs
a ela deixando bem claro, que ele não iria mudar sobre a sua filosofia e que
também respeitaria a dela. resolveram casar, ela concordando em respeitar a
filosofia dele.
Sua mãe, não se
pronunciou sobre isso, achando que ele mudaria o seu modo de pensar só que isso
nunca iria acontecer.
Quando sua filha
nasceu, recebeu o nome de Madalena, a escolha foi de sua mãe, pois se tratava
de um nome bíblico, e os dois concordaram com o nome escolhido.
Foi passando os
anos e a menina Madalena era a alegria de sua avó e de seus pais, era amorosa e
obediente, etc.
Um
dia chuvoso, estavam regressando de um passeio, que durante aquele laser, estava
um dia lindo de primavera, e no regresso estavam no meio daquele tempo, Paulo
lembrou no incidente que aconteceu com ele, ao passar por aquela estrada,
quando regressava de uma balada que frequentava.
Nesse
exato momento, sua filha, falou: Papai lembra quando você me deu carona, estava
chovendo também, Paulo ficou petrificado com aquela frase, sua esposa não sabia
do ocorrido, e falou para sua filha: você está falando bobagens, respondeu -
Não estou não, o papai sabe não é papai?
Paulo
ficou calado, e logo em seguida, respondeu, eu sei bem filha, mas procura
dormir um pouquinho, no colo de sua mamãe, e assim a menina relaxou e dormiu.
Paulo
ficou o resto da viagem pensativo e começou a analisar sua vida, havia mudado,
quando deu carona para aquela mulher, tudo modificou , foi se esclarecer o porquê
daquele ocorrido, e entendeu que tinha duas vidas a ser vivida, a material e espiritual,
acontece que estava só vivendo para a matéria, e depois do incidente começou a estudar a vida espiritual, e tudo
mudou na sua vida, para melhor.
Aquele espírito que
estava encarnado no seu lar, era o espírito daquela mulher,
que havia desencarnado de acidente, naquela estrada.
Como
já possuía alguns esclarecimentos espirituais, não se deixou envolver por
sentimentos doentios, e continuou a sua vida naturalmente, não sabia o porque daquilo,
e nem queria saber, era a sua missão com aquele espírito, foi escolhido por ela,
tinha que seguir em frente.
(Sua
esposa ficou intrigada com a frase de sua filha e fez comentários com sua
sogra, a mesma respondeu: criança fala cada uma, ela deve ter sonhado e ficou por
isso mesmo.)
Paulo
sabia que não adiantaria fazer comentários, pois não acreditariam, e guardou
consigo esse segredo. Sua filha completou 7 anos e foi matriculada na escola e
logo se destacou, aprendia com certa rapidez e facilidade, chamando atenção de
sua professora, que perguntava se ela já havia estudado em outra escola,
respondia: não, essa é a minha primeira escola.
Paulo
compreendeu que sua filha era um espírito com evolução espiritual, e também em
sua encarnação anterior, foi bem preparada para a vida, sentiu vontade de
procurar saber detalhes daquela mulher do acidente, mas resolveu que não ia fazer
nada disso.
Agora
tinha a certeza que sua filha era o espírito daquela mulher do acidente na
estrada, procurava sempre estar com o pensamento elevado, para beneficiar a sua
filha para que esquecesse aquele episódio na estrada em sua encarnação passada
e com isso foi conseguindo.
Voltou
a passar novamente com sua filha e esposa naquela estrada para ver a reação de
sua filha, simplesmente ela lhe disse: hoje está Sol não é papai? – Está sim
filha, estamos na primavera e está tudo florido: filha você gosta da natureza?
Respondeu: gosto sim papai eu amo você e a mamãe e a natureza.
Paulo
resolveu mudar de cidade, para nunca mais passar por aquela estrada. E, assim
aconteceu, desencarnou aos 90 anos, cheios de netos e bisnetos, tranquilo e
feliz, tinha terminado a sua missão no Planeta Terra.
Sua
jornada seria em mundos superiores.
Feliz
do encarnado que consegue deixar algo de bom para os seus semelhantes, que ainda
entram no caminho para a espiritualidade, nem que seja uma arvore plantada na
beira de uma estrada.
Por Amélia Corrêa Coelho
Um pouco sobre a
autora,
A Senhora Amélia
Corrêa Coelho, além de ser estudiosa por muitos anos da Doutrina espiritualista
racionalista cristã, participa assiduamente das reuniões públicas na Filial
Santos do Racionalismo Cristão - Brasil.
Também tem escrito vários contos espiritualistas, entre eles, O Vestido Azul de Maria Luiza.
Limpeza Psíquica |
Acredito que tudo
que fazemos é observado por forças superiores e inferiores e que convivemos com
várias classes espirituais.
Quando encarnamos
nesse mundo, foi para viver as quatro fases da vida; a infância, a mocidade, a
maturidade e a velhice, mas estamos sujeitos a desencarnar momentaneamente, sem
ter completado todas as fases devido às vicissitudes e calamidades que existem
no planeta Terra." — a autora
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