Reproduções arquitetônicas viram febre e se espalham por cidades da
China, que passam a imitar monumentos, projetos de urbanismo e até costumes de
lugares como Washington, Londres, Paris, Veneza e Amsterdã.
Foto: Tribunal de Justiça, Xangai - China
A ARQUITETURA ONDE NADA SE CRIA
Ao contrário das reproduções de Las Vegas, onde réplicas de monumentos servem apenas para atrair turistas, o prédio ao lado funciona como um tribunal de justiça na cidade de Xangai. Copiando ao mesmo tempo o Capitólio e a Casa Branca dos Estados Unidos, a Corte Popular de Minhang é a síntese de uma tendência que se intensificou na China a partir dos anos 1990: fazer prédios e monumentos iguais aos ocidentais.
Ao contrário das reproduções de Las Vegas, onde réplicas de monumentos servem apenas para atrair turistas, o prédio ao lado funciona como um tribunal de justiça na cidade de Xangai. Copiando ao mesmo tempo o Capitólio e a Casa Branca dos Estados Unidos, a Corte Popular de Minhang é a síntese de uma tendência que se intensificou na China a partir dos anos 1990: fazer prédios e monumentos iguais aos ocidentais.
A demanda imobiliária, aquecida pelas reformas
políticas e econômicas, impulsionou o fenômeno. “O país viu uma oportunidade de
mostrar prestígio e poder no cenário mundial, revelando-se capaz de reproduzir
os monumentos mais celebrados da concorrência”, explica Bianca Bosker, autora
do livro Original Copies (sem edição em português), que analisa o fenômeno das
réplicas chinesas.
Fotos: Capitólio e Casa Branca - USA
DOIS EM UM: Ao se "inspirarem", os arquitetos da corte chinesa
juntaram o domo do Capitólio à fachada da Casa Branca dos EUA
Fotos: Canal artificial Residencial Venice Water Town, Hangzhou - China
Apartamentos à beira das águas do residencial Venice Water Town, na
Cidade de Hangzhou, interior da China, são projetados para atrair a nova classe
A do país.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvOlAwN5EwJOE0-HbkQHPo19UD42MBWprHgnz-7vF_Pin4Qw_Lne4_Uwfq_m5Ko8GtnG5vpUcFdA2qYoq167d1LRw56utprbZrSFtn7juFdngYuG8My7j6EFSw7BS5_qs2WRIWCnveOSM/s200/Venice,+Italia.jpg)
Foto: Torre Eiffel e a réplica na "Paris Oriental", Tianducheng, Hangzhou, China
Distantes 9 mil quilômetros da Torre Eiffel, o monumento ao lado faz
parte do condomínio de Tianducheng, na cidade de Hangzhou (a mesma da Veneza na
página anterior).
Autodenominado “Paris oriental”, ele conta com igrejas e
carruagens replicadas e com uma semana de cultura francesa que atrai milhões de
turistas. “Na ocasião é possível aprender como comer caviar, ou a diferença
entre um bistrô e uma brasserie”, conta Bosker.
Foto: Réplica do Uniforme "Royal Guards"
O
slogan “Sonhe com a Inglaterra, viva em Thames Town” atrai compradores para a
cidade-satélite no estilo inglês, com até guardas copiados.
A cidade é parte de
um projeto de 2001 para descentralizar a população de Xangai, que inclui mais
oito “cidades-réplicas”.
Foto: Cópia da Estação Central de Amsterdã, Holland
Village, China
A cópia da Estação Central
de Amsterdã, abaixo, era parte do bairro Holland Village, criado pelo magnata
Yang Bin, o Rei das Orquídeas, já listado pela Forbes como o segundo homem mais
rico da China.
Após viver vários anos na Holanda (de onde ganhou cidadania),
Bin decidiu declamar o seu amor ao país com um empreendimento imobiliário cheio
de canais, moinhos de vento e réplicas de edifícios holandeses.
Estima-se que
tenha gasto US$ 300 milhões na empreitada, que fica na cidade de Shenyang,
nordeste da China. Depois de Bin ter sido condenado, em 2003, a 18 anos de
cadeia por fraudes e suborno, houve uma debandada dos investidores, receosos da
justiça levar o que tinham adquirido no projeto de Bin. A vila aos poucos foi
abandonada e, em 2009, demolida.
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