Por que o mau motorista é barbeiro?
Na edição crítica Civilização, 1965, editora Porto, do escritor Mário Fiúza, Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, no século 18, em seu Elucidário das Palavras, termos e frases, escreveu que, em Portugal se usaram palavras e que hoje regularmente se ignoram, definiu que;
"BARBEIRO DAS ESPADAS: barbeiro era o oficial que se ocupava de alimpar açacalar, dar esmeril e guarnecer as espadas, adagas, etc.”
Já no dicionário de Moraes Silva diz que;
"Barbeiro é o Homem que faz as barbas, e as rapa, corta ou apara”
E conclui:
“Há barbeiros de lanceta, ou sangradores, outros dantes concertavam as espadas limpando-as, e afiando-as, alias alfagemes”
Ainda no glossário crítico de dificuldades do idioma português, pela Editora Porto, o escritor Vasco Botelho do Amaral, citou Gonçalves Viana, informa que;
“sobretudo, o barbeiro tinha amplas funções de médico de aldeia, aplicando mezinhas e sanguessugas, fazendo sangrias, cortando calos e tirando dentes”,
“os barbeiros da aldeia tinham, também funções de sangradores e de cirurgiões”.
Vasco Botelho do Amaral lembra um dito popular de sua época;
“quem lhe dói o dente busca o barbeiro"
Então, quando um barbeiro era infeliz em alguma missão diferente daquela que lhe garantira o nome da profissão – ater-se à barba e ao cabelo – o povo lembrava que o insucesso da empreitada era “coisa de barbeiro” e não de médico ou de dentista especializado. Que por extensão, era chamado barbeiro quem fazia de modo infeliz alguma coisa para a qual não era profissionalmente preparado.
Assim um motorista, consequentemente, é barbeiro quando realiza algum tipo de manobra que denota a sua inabilidade ao volante ou a sua falta de vocação como condutor de veículo.
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